sábado, 26 de fevereiro de 2011

POLITICA DOS 3' R

1.
REDUZIR
 Antes de mais há que ter contenção na produção de resíduos. A diminuição da quantidade de lixo é o passo primordial para resolver o problema da sua acumulação e melhorar a sua gestão.

Com a crescente demanda comercial, a produção de resíduos aumenta astronomicamente. São principalmente embalagens descartáveis (plásticas, de vidro, de papel, papelão, latas, tetrapak), pilhas e baterias (incluindo as dos telemóveis) que fazem um grande mal à Natureza por não se degradarem e ocuparem imenso espaço nos aterros sanitários (o que provoca a diminuição do seu tempo de utilização e a necessidade de procurar novos espaços para novos aterros). Mas, então, o que se faz a tantos resíduos? Não se acaba com o lixo colocando-o no contentor - o problema começa exactamente aí. Imagine-se a quantidade de lixo que se produz numa cidade! O perfil do lixo produzido nas grandes cidades é de 39% de papel e papelão, 16% de metais ferrosos, 15% de vidros, 8% de resíduos alimentares, 7% de filme plástico, 2% de tetrapak e 1% de alumínio.
Uma coisa que podemos fazer é procurar reduzir a quantidade de lixo produzida em nossa casa. Como? Aqui ficam alguns exemplos:

  • Comprar apenas o necessário, para não haver despredícios.

  • Imprimir ou copiar apenas as quantidades necessárias.

  • Procurar comprar produtos cuja embalagem seja reciclável.

  • Preferir embalagens de vidro às de plástico (o vidro é mais facilmente reciclável).

  • Sempre que possível optar por produtos sem embalagem.

  • Utilizar papéis de menor gramagem, de preferência não clorados, utilizando sempre as duas faces da folha de papel.

  • Separar materiais para reciclar.

  • Fazer a compostagem de resíduos orgânicos.

  • Reutilizar sempre que possível. É também de extrema importância a redução dos consumos de água e energia eléctrica.

  • Não deixe a torneira aberta ao escovar os dentes ou fazer a barba.

  • Não deixe as torneiras a pingar (uma torneira a pingar gasta cerca de 200 litros por dia).

  • Não lavar os carros à mangueira. Se o fizer com um balde e uma esponja gasta apenas cerca de 60 litros, enquanto que com a mangueira pode gastar 10 vezes mais (600 litros).

  • Não use a mangueira para "varrer" os passeios.

  • Utilizar as máquinas de lavar roupa e loiça apenas quando estiverem cheias.

  • Não utilize o autoclismo como cinzeiro (para além de os restos do cigarro constituirem um problema na fase de tratamento das águas, cada descarga do autoclismo gasta, em média, 40 litros de água).

  • Não tomar banhos prolongados (5 minutos com um chuveiro aberto consomem cerca de 60 litros de água).

  • Não deixar as luzes acesas desnecessariamente.

  • Não abrir o frigorífico sem necessidade nem deixar a porta aberta.

  • Não ligue o ferro para passar pouca roupa.

  • 2.
    REUTILIZAR

    Outro passo indispensável. Há materiais concebidos para serem utilizados várias vezes. A opção de reutilização diminui a curto prazo a quantidade de resíduos domésticos adiando a sua rejeição e consequente eliminação.

    Outra forma de produzir menos resíduos é reutilizar tudo aquilo que possa ser útil para alguma coisa. Deixo aqui algumas ideias:
  • Usar o verso de folhas impressas para rascunho.

  • Imprimir frente e verso do papel.

  • Usar os restos de frutas e legumes para fazer adubo (compostagem).

  • Destinar algumas embalagens para outros fins que não o lixo (por exemplo, frascos de maionese ou outros semelhantes para guardar alimentos; caixas de sapatos para arquivos; latas para porta-lápis...).

  • 3.
    RECICLAR

    Objectivo Final. Consiste na transformação do material inútil em material útil, diminuindo assim a quantidade de resíduos e poupando recursos naturais energéticos.

    Separe papéis, vidros, latas e plásticos para serem reciclados. Assim contribui para a diminuição do lixo acumulado e ajuda a obter matéria prima sem que seja necessário extrai-la do meio ambiente. Sabe quanto tempo a Natureza demora a absorver os detritos?

  • Jornais, de 2 a 6 semanas.

  • Embalagens de papel, de 1 a 4 semanas.

  • Frutas, 3 meses.

  • Guardanapos de papel, 3 meses.

  • Pontas de cigarro, 2 anos.

  • Fósforos, 2 anos.

  • Pastilhas elásticas, 5 anos.

  • Nylon, 30 a 40 anos.

  • Sacos e copos de plástico, 200 a 450 anos.

  • Latas de alumínio, 100 a 500 anos.

  • Tampas de garrafas, 100 a 500 anos.

  • Pilhas, 100 a 500 anos.

  • Garrafas e frascos de vidro ou plástico, indeterminado. Cada 50 kg de papel reciclado poupa o corte de uma árvore. A reciclagem de uma tonelada de plástico economiza 130 kg de petróleo.

  • domingo, 20 de fevereiro de 2011

    Pacote do governo deverá afrouxar regras ambientais para licenças

    Decretos passarão por reformas para facilitar regras e reduzir prazos.Normas para rodovias na Amazônia, porém, não deve ser modificada.

    Um pacote de decretos promoverá o que vem sendo entendido no governo como "choque de gestão" na área de licenciamento ambiental, com regras mais simples e redução de prazos e custos. Os decretos vão fixar novas normas por setores e os primeiros a passarem por reforma serão petróleo, rodovias, portos e linhas de transmissão de energia.

    Em algumas obras, como o asfaltamento de rodovias, não serão mais exigidas licenças, mas uma simples autorização do órgão ambiental. Essa regra não atinge, porém, rodovias na Amazônia, como a polêmica BR-319, localizada numa área bastante preservada da floresta.

    Listada entre as obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), a rodovia enfrenta resistências na área ambiental pelo risco de aumentar o desmatamento na Amazônia. Sinais de aumento do ritmo das motosserras nas proximidades da BR-317 reforçam essas resistências.

    Além de acelerar a liberação de licenças com regras mais claras e menos burocracia, o pacote de decretos deverá reduzir o custo de exigências do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). O custo médio dessas exigências, que incluem até a urbanização e a instalação de saneamento de cidades, é estimado entre 8% e 10% do preço total dos empreendimentos. Em alguns casos, supera 15%.

    sábado, 19 de fevereiro de 2011

    Marina Silva critica simplificação de licenciamento ambiental

    A ex-senadora Marina Silva (PV-AC) criticou hoje a intenção do governo federal de editar decreto simplificando o licenciamento ambiental de obras para instalação de linhas de transmissão de energia. Sob o argumento de que os gargalos no setor já ameaçam o fornecimento de energia elétrica no País, o governo estaria estudando a redução das exigências do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) para a concessão das licenças, mudando a classificação das obras de "grande impacto" para de "médio impacto".

    Decidir por decreto se uma obra tem ou não alto impacto não é o melhor caminho", afirmou Marina, ex-ministra do Meio Ambiente.

    Por email, a ex-senadora questionou a alocação de "bilhões para a realização das obras" e o fato de o governo não investir em estrutura de licenciamento ambiental. "No Ibama há mais de 100 processos de licenciamento de linhas de transmissão em tramitação. O número de processos foi multiplicado por 5,6 vezes, mas a estrutura disponível para analisar esses processos não cresceu na mesma proporção", ressaltou.

    Segundo Marina, governo e investidores ainda não aprenderam a considerar no planejamento de grandes obras as variáveis ambientais. "Vejamos o exemplo das linhas de transmissão dos empreendimentos do Rio Madeira. Foram licitadas em 2008, mas o pedido para abertura do processo de licenciamento foi feito apenas em julho de 2009. Ou seja, o Ministério de Minas e Energia fez a licitação para só depois pensar que era necessário licenciar a obra. Não há como elaborar os estudos de impacto ambiental de um empreendimento que tem 2.375 quilômetros, analisar todas as informações técnicas, realizar as audiências públicas em inúmeros municípios e emitir a licença prévia em apenas um ano", disse a ex-senadora, lembrando da sua atuação como ministra do Meio Ambiente no governo Lula.

    "Iniciamos o processo de licenciamento das usinas hidrelétricas (do Rio Madeira) em 2005. Até 2008, quando foi licitada a linha de transmissão, ninguém pensou que seria necessário fazer o licenciamento da linha de transmissão? Por que a licença da linha de transmissão só foi solicitada quatro anos depois de iniciado o licenciamento das usinas?", questionou.

    Para Marina, a intenção de simplificar o licenciamento ambiental de linhas de transmissão, noticiada hoje pelo jornal "Valor Econômico", demonstra "falta de visão" nas decisões do governo."Parece que estamos novamente criando atalhos em vez de resolver de fato os problemas", afirmou. "A começar pela falta de visão nas decisões de investimento no setor público".